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10 passos para um bom parto

 

PASSO 1- ESCOLHA TER UM PARTO NORMAL

 

Na maioria das vezes, ao saber que está grávida, a mulher já começa a tomar decisões: qual será o nome se for menino? E se for menina? O bercinho vai ficar no quarto do casal, ou no quarto do bebê? Quem serão os padrinhos? 

Entre tantas perguntas, há ainda a questão do parto: será normal ou cesárea? Essa é uma reflexão importante porque toda mulher tem essa liberdade de escolha. Mas hoje essa tomada de decisão implica em questões bastante complexas que envolvem nosso sistema de saúde nacional, os profissionais de saúde, você e seu bebê.

 

O mais importante nesta decisão é a saúde da mãe e do bebê.

Então, aqui listamos muitos motivos para se escolher o parto normal (e natural):

 

* Cesárea também é dolorida! Ou você acha que pode fazer uma cirurgia e acordar no outro dia, dançando e embalando seu bebê, como se nada tivesse acontecido?

 

* É seu bebê que escolhe a hora de nascer, sabia? Quando os pulmões do seu filho ou filha estão prontinhos, é dada a largada para o trabalho de parto. A cesárea com data agendada não respeita esse sinal hormonal que mamãe e bebê estabelecem juntos.

 

* Quando passa pelo canal vaginal, o bebê tem todo o seu corpo envolvido num abraço completo. Ficar todo apertadinho ajuda a eliminar os líquidos dos pulmões do bebê, o que reduz a possibilidade de internação por problemas respiratórios durante a infância.

 

* A mulher que passa pelo parto normal também tem mais facilidade de amamentar, porque no trabalho de parto o corpo produz hormônios que estimulam a descida do leite.

 

* Os hormônios que são produzidos no trabalho de parto também estimulam o útero a voltar ao seu tamanho normal e o seu corpo a voltar à forma. Se você quiser saber mais sobre os hormônios que atuam no seu corpo durante o parto, clique aqui

 

 * A cesárea tem muito mais chances de ter complicações, ser dolorida ou incômoda no pós-parto – que é justo a hora em que você terá que dar atenção, carinho e peito para o seu bebê. 

 

Existem muitos outros motivos para escolher o parto normal. Assim como existem alguns casos em que somente a cesárea pode salvar a vida do bebê e da mamãe.

O importante é que a mulher busque conhecimento e consciência para tomar a decisão correta. 

O parto normal deve ser buscado com muita força de vontade. Em muitos lugares e para a maioria dos médicos, se você não se planejar e buscar seu parto ativamente, há grandes chances de ser vítima de uma cesárea desnecessária. Ou ainda, de um parto mal conduzido, desrespeitoso e frustrante. 

Se você não fizer essa escolha de forma séria e baseada em informações, corre o risco de deixar que os outros decidam. Lembre-se não é o seu médico, sua mãe, seu emprego, e nem a Parto do Princípio quem deve escolher como seu bebê vem ao mundo: essa decisão é sua, o corpo é seu!

  

 

LEIA MAIS:

Como é o parto normal que a gente defende?

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=artigo01&ext=html

 

ARTIGO CIENTÍFICO: Parto cesáreo: quem o deseja? Em quais circunstâncias?

 

Os hormônios que estão no seu corpo na hora do parto (texto científico)

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=artigo02&ext=html

 

Os hormônios que estão no seu corpo na hora do parto (texto leigo)

http://bebetalitaepablo.e-familyblog.com/note/25409/processo-hormonal-do-parto.html -

 

Escolhendo a cesárea

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=tecnologia&ext=html

 

Cesárea agendada: os riscos que o bebê corre quando o parto é marcado sem necessidade

http://mamamiaamamentar.wordpress.com/2009/02/09/cesarea-agendada-os-riscos-que-o-bebe-corre-quando-o-parto-e-marcado-sem-necessidade/

 

Relato de parto: Quando a cirurgia cesárea é necessária

 http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=conteseuparto&ext=html

 

Mitos: desculpas que médicos dão para fazer uma cesárea de conveniência

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=mitos&ext=html

 

 

ARTIGO CIENTÍFICO: Opçäo ou imposiçäo! motivos da escolha da cesárea

 

ARTIGO CIENTÍFICO: A operação Cesárea no Brasil. Incidência, tendências, causas, conseqüências e propostas de ação. 

 

 

 

PASSO 2 - CONFIE NO SEU CORPO

 

“Eu não consegui ter parto normal”. Já ouviu essa frase?

E médico dizendo: “Com certeza nós vamos tentar um parto normal”.

Quando a gente escuta coisas assim, dá a impressão que parto normal é uma coisa extraordinária, o tipo de coisa que dá pra tentar, mas que talvez você não vá conseguir.

Será mesmo?

Se a gente parar pra pensar, as gerações anteriores à nossa nasceram de parto normal. Se nascer naturalmente fosse algo raro, a maioria de nós nem estaria aqui.

Na contramão dos fatos, os mitos relacionados ao parto normal estão cada vez mais presentes na nossa sociedade: mulheres que não tiveram dilatação, o bebê que demorou pra nascer e quase morreu sem ar, ou crianças grandes demais para passar pela vagina.

Existem casos em que a cesárea é mesmo indispensável para a saúde da mãe e do bebê. Mas os casos acima são mitos e não razões para uma cirurgia (saiba mais sobre mitos, clicando aqui).

Acredite que seu corpo é uma máquina perfeita, especializada em gerar filhos: você ovula todos os meses para que possa engravidar. Por que essa engrenagem que é exata em todos os mínimos detalhes daria errado justo na hora de parir?

Seu corpo é perfeito e você tem tudo o que é necessário para dar à luz.

Confie no seu corpo. É ele que dá conforto e segurança a seu filho durante a gestação, portanto, este mesmo corpo tem plena capacidade de ser o abrigo do seu bebê também na hora do nascimento.

Parir é um processo fisiológico, e cada corpo tem o seu tempo e reage de formas diferentes.

Algumas mulheres têm seus filhos rapidamente, outras demoram para ter dilatação necessária.  Leia relatos de partos e compare: cada um é de um jeito! 

Conheça seu corpo e compreenda como é o processo de nascimento. Se quer saber mais, veja os seguintes vídeos, ou leia outros textos:

 

Artigo científico: 

Opinião de mulheres e médicos brasileiros sobre a preferência pela via de parto

 

“Eu não tive dilatação” - artigo da fisioterapeuta Angela Rios

http://www.saudedamulher.net/2010/01/eu-nao-tive-dilatacao.html

 

Relato de parto: “Meu filho nasceu com o cordão enrolado no pescoço”

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=conteseuparto&ext=html

 

 

PASSO 3: PREPARE A SUA MENTE

Será que vai doer? Essa pergunta é a mais recorrente na cabeça de uma gestante. 

Sentir medo do parto normal é comum, especialmente para as mães de primeira viagem. 

Está convencionado no imaginário popular que o parto normal é um sofrimento. Nas novelas, nas conversas de mãe para filha, o parto normal é mostrado como uma coisa horrível, um sofrimento desnecessário. Desse jeito, não tem quem não fique, ao menos, com receio, né?

O importante é saber que cada corpo é diferente. Cada gestante vai vivenciar o parto de cada filho de uma maneira única. Não dá para comparar com a sua mãe ou vizinha. 

Outra coisa que toda parturiente precisa saber: sua cabeça influencia muito na maneira como você vai sentir as contrações. Isso mesmo! Grande parte da dor e do alívio estão na forma como a pessoa lida com essas sensações. Será mais fácil para quem conseguir se concentrar e ficar cada vez mais calma e confiante do que para aquela mulher que sentir cada contração com medo crescente.  

Infelizmente o universo cultural em que fomos criadas nos ensinou a querer controlar, prever e se precaver de tudo. Mas, o parto é um mistério, ele acontece seguindo as regras da natureza e não a nossa lógica e vontade. É por isso que há tanto medo com relação ao parto normal. 

No dia-a-dia, o medo é uma sensação importante para deixar nosso corpo tenso e alerta para enfrentar uma situação de perigo. Só que, na hora do trabalho de parto, não é um momento adequado para o corpo ficar tenso, pois isso aumenta a sensação de dor. 

Para evitar o medo, conhecer o processo de parto é muito importante. Assim, a parturiente se empodera do que está acontecendo. Quando a mulher sabe o que está se passando, se sente no controle da situação e fica mais segura. 

Saiba que as contrações aumentam de forma gradativa e natural - mas isso se não for utilizado o “sorinho” com ocitocina sintética, um hormônio que estimula as contrações. As contrações vão aumentando no ritmo do seu corpo, numa escala crescente. Elas vão e voltam, como ondas no mar, dando tempo para a mulher respirar, se acalmar e seguir em frente. Cada contração estimula os corpos da mãe e do bebê para o momento do nascimento. Cada contração que passa aproxima mais a chegada do seu filho. 

Além da calma e concentração, existem técnicas para diminuir a sensação de dor sem utilizar medicamentos, como banhos quentes, massagens, posições e movimentos que a parturiente pode fazer. Até beijo na boca ajuda nessa hora - pois acalma e estimula a produção de hormônios que colaboram com o trabalho de parto. 

Apesar de o parto ser imprevisível, existem formas de você enfrentar o inesperado sem se desesperar. Leia alguns artigos produzidos pelas ppzetes: 

 

 

“Ai, que alívio! O que fazer com a dor do parto?” - artigo de 

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=horap&ext=html

 

Das dor - Aspectos culturais e as dores do parto

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=prazer&ext=html

 

Conheça mais sobre tipos de analgesia (com e sem medicamentos) aqui:  

ARTIGO CIENTÍFICO: O DESENVOLVIMENTO DE UM GRUPO DE GESTANTES COM A UTILIZAÇÃO DA ABORDAGEM CORPORAL

 

ARTIGO CIENTÍFICO: Efetividade de estratégias não-farmacológicas no alívio da dor de parturientes no trabalho de parto. 

ARTIGO CIENTÍFICO: Fenômeno da dor no trabalho de parto: depoimentos de parturientes

ARTIGO CIENTÍFICO: Utilização de técnicas de respiração e relaxamento para alívio de dor e ansiedade no processo de parturição

ARTIGO CIENTÍFICO: Concentração plasmática do hormônio adrenocorticotrófico de parturientes submetidas a método não farmacológico de alívio da ansiedade e dor do parto 

ARTIGO CIENTÍFICO: PARTO: EXPECTATIVAS, EXPERIÊNCIAS, DOR E SATISFAÇÃO

 

 

PASSO 4: EMPODERE-SE

Não deixe que ninguém além de você decida como será o seu parto. Toda mulher deve ter autonomia sobre seu corpo, já que esse é um direito humano. Infelizmente, não é muito fácil para a mulher, especialmente a parturiente, exercer esse direito. 

O parto normal deve ser buscado com muita força de vontade. Em muitos lugares e para a maioria dos médicos, se você não se planejar e buscar seu parto ativamente, há grandes chances de ser vítima de um cesárea desnecessária. 

Também é possível que seus familiares critiquem a sua vontade, pois muitas pessoas com pouca informação acreditam que o parto normal é uma dor desnecessária e que a cesárea é uma cirurgia prática e sem risco algum. 

A mulher que quer ter um parto normal precisa estar munida de muita informação para argumentar com as pessoas que são favoráveis à cesárea - e também para se precaver de uma equipe médica que seja cesarista ou que pratique o parto “A-normal”. 

Parto normal é aquele em que as recomendações da OMS são respeitadas, entre elas o direito da mulher ser acompanhada pela pessoa que escolher, não ser privada de se alimentar e ingerir líquidos, ter liberdade de movimentos e não ser submetida a medicações ou intervenções médicas sem necessidade. Nesse modelo de parto normal, quem dita as regras é o corpo da mulher e é a parturiente quem deve ter plena autonomia do trabalho de parto.

É lamentável que a realidade no Brasil seja muito diferente do ideal, pois as práticas nos hospitais e clínicas - particulares ou públicos - estão longe de respeitar as recomendações da OMS e os corpos das mulheres. 

A mulher precisa se impor e exigir esse respeito. Reafirmamos a importância de a parturiente compreender como se dá o trabalho de parto, que conheça os hormônios que agem em seu corpo nessa hora, quais os benefícios de um parto normal, quais os métodos para diminuir a dor das contrações e, especialmente, saber o que ela não quer que seja feito com o seu corpo no trabalho de parto. 

 

Saiba o que podem fazer com o seu corpo se você não empoderar-se dele: 

 

ARTIGO SOBRE Episiotomia

 

ARTIGO SOBRE PRÁTICAS DE ROTINA 

 

Como Proteger meu Períneo? http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=dicas&ext=html 

 

O que queremos num parto? - artigo da Ana Cristina Duarte

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=mulheres&ext=html 

 

O que as mulheres querem? - artigo da Maíra Libertad

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=mulheres1&ext=html

 

 O que escolhemos quando não escolhemos?

Um Espaço Constante sobre a Liberdade de Escolha no Parto – Maira Libertad

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=horap1&ext=html

 

 

PASSO 5: CONHEÇA BEM OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

 

Dificilmente você vai ouvir da boca de um médico a afirmação categórica: “sou cesarista, não faço parto normal”. Pelo contrário, quase muitos dizem que o parto normal é muito bom, bem melhor que a cesárea, é a primeira opção... Já na terceira ou quarta consulta, começam a falar que “vamos tentar o parto normal”. E, na hora P, no primeiro momento em que a parturiente sentir medo ou dor, lá vem ele oferecer uma cesárea “salvadora”. 

Por isso, na hora de escolher o obstetra, mais do que a indicação da sua mãe ou da sogra, os números podem ser ótimos conselheiros. Pergunte ao médico quantos partos ele atende por mês. Depois, pergunte quantos desses são cesáreas. 

Pra começar, um profissional que atende muitas pacientes por mês geralmente faz cesáreas sem necessidade médica. Pode ser por questões financeiras, por não ter condições físicas e psicológicas para atender uma paciente por várias horas em trabalho de parto, pode ser por pura convicção que cesárea é melhor que parto normal. Mas, o fato é que um parto normal pode durar 12 horas, ou mais. Como um médico pode dar atenção à parturiente, sem deixar de atender as pacientes do seu consultório, fazer plantão em clínica, e outros compromissos? 

Pode ser interessante conhecer o médico de mulheres que tiveram parto normal.

Outros profissionais também são habilitados para prestar assistência a partos: Obstetrizes e Enfermeiras Obstetras, que realizam assistência a partos hospitalares e domiciliares. Muitos hospitais e centros de partos normais já possuem esses profissionais em sua equipe multidisciplinar trabalhando na assistência a partos normais.

 

Leia mais: 

 

Relato de parto: “Depois da cesárea, me senti enganada pelo médico”

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=conteseuparto&ext=html

 

Artigo científico questionando se a “cultura da cesariana” é das gestantes ou dos médicos: 

http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000600006&lng=pt&nrm=iso

 

O segredo do Fogo (parto e tecnologia) - Roselene

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=tecnologia1&ext=html

 

Antes era Deus, agora é a tecnologia (parto e tecnologia) – Thais Stella

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=tecnologia2&ext=html

 

Ninguém está vendo o que está acontecendo? – Juti Chen

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=mulheres1&ext=html

 

 

 

 

Passo 6: ESCOLHA UM ACOMPANHANTE

A sensação de confiança é a chave para um parto bem-sucedido, pois, na prática, significa menos dor e evolução mais rápida do trabalho de parto. Estudos comprovam que a presença de uma pessoa querida e bem preparada faz toda a diferença para a parturiente se sentir segura. Além disso, ter um acompanhante garante que os desejos da mulher serão respeitados e que nenhum procedimento seja tomado sem a autorização da parturiente. 

Mas, para ser fonte de segurança, essa pessoa também precisa estar segura e consienciente de seu papel. O acompanhante precisa estar bem informado do que vai acontecer e preparado para ajudar. É interessante que essa pessoa se prepare lendo sobre o assunto tanto quanto a gestante, e que se mostre favorável ao parto normal 

Para o caso de não encontrar na sua família ou entre suas amigas uma pessoa capacitada para ser acompanhante, é possível pensar em contratar uma doula para acompanhar. 

A doula é uma profissional que está ali para amparar mãe e bebê. O parto normal hoje em dia está cada vez mais negligenciado, a equipe do hospital muitas vezes não sabe como assistir uma mulher em trabalho de parto e não são raras as vezes que mais atrapalham a evolução do trabalho de parto do que ajudam. Porém, se a mulher está preparada para o que vai acontecer e tem o acompanhamento de um profissional especializado, na maioria das vezes os obstáculos da assistência inadequada e dos mitos são superados e o parto tem maiores chances de acontecer sem traumas, com uma recuperação rápida e com um bebê sadio e ativo. Durante a preparação para o parto, a doula dá orientação sobre o aleitamento materno, não apenas sobre sua importância, mas também sobre seus mitos, obstáculos e como superá-los.

No Brasil existe uma lei que garante o direito da mulher escolher o acompanhante que quiser para estar a seu lado durante este momento. Porém, hospitais e médicos não costumam respeitar este direito garantido das mulheres. 

As desculpas são muitas: o marido não pode entrar na ala feminina do hospital, o acompanhante pode desmaiar na sala de cirurgia, existe um custo para a roupa especial que o acompanhante vai usar... desculpas para descumprir a lei, para não atender um direito da mulher. 

Uma forma de evitar esse tipo de constrangimento é fazer uma visita ao hospital ou maternidade. Inclusive, esse é um direito da mulher que está fazendo pré-natal pelo SUS. No hospital pergunte se eles aceitam acompanhante antes, durante e depois do parto. Caso o hospital ainda não respeite a lei, você pode entrar com um mandado de segurança antes de entrar em trabalho de parto. Assim, você chegaram com um documento legal provando ao hospital que, se a lei não for respeitada, você chamará a polícia. É chato, mas, em alguns casos, é a única forma de ter seu direito respeitado. 

 

OCITOCINA PATERNA

http://www.renataolah.com.br/2010/08/estudo-inedito-revela-que-alguns-pais.html

 

cIENTÍFICO: ressignificando a dor e superando a solidão 

http://www.scielosp.org/pdf/csp/v22n7/12.pdf

 

ARTIGO CIENTÍFICO: O valor do suporte à parturiente: um estudo da relação interpessoal no contexto de um Centro de Parto Normal*

 

 

 

Passo 7: PREPARE SEU CORPO

Quando a mulher está grávida, não basta ir a consultas médicas regulares, medir, pesar, passar hidratante e fazer ultra-som. O pré-natal é o período de 9 meses em que a mulher tem para absorver, entender e integrar sua nova condição – a condição de mãe. 

Por vários motivos - entre eles o trabalho e a família - muitas gestantes esquecem de dedicar um tempo para ouvir o próprio corpo e a vida que está sendo criada dentro dele. 

A prática de exercícios físicos orientados para gestantes permite que a mulher perceba melhor a metamorfose que está acontecendo no seu corpo e se conecte com a nova vida que está chegando. 

Mas, atenção: não se trata de fazer exercícios pensando em manter a boa-forma, mas de atividades que possibilitem maior consciência corporal e, conseqüentemente, bem-estar físico e mental.

A ciência comprova que a mulher que se prepara para o parto ativo e consciente tem melhores condições de consegui-lo. Os exercícios ajudam também na recuperação pós-parto, e favorecem o retorno à boa forma física.

 

Exercícios Pélvicos  - http://www.saudedamulher.net/2011/01/exercicios-pelvicos-para-gravidez.html

 

Como proteger meu períneo? Renata Dias Gomes

http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=dicas&ext=html

 

 

Passo 8: PLANEJE SEU PARTO

 

Sonhar é o primeiro passo de qualquer realização. Para montar uma empresa, construir um prédio, ou até mesmo inventar uma nova receita de bolo é necessário primeiro imaginar, para depois executar. Para ter um parto normal, também é assim.

Imagine como você quer que este momento perfeito aconteça. E escreva, registre suas idéias.

Você pode começar pensando em quem você quer que esteja ao seu lado, vendo esse momento, te dando apoio. Quem vai lhe ajudar? Explique para essas pessoas como deve ser o parto dos seus sonhos. Converse e escute o que essas pessoas têm a dizer. Procure dissolver todos os medos e dúvidas, suas e dos seus acompanhantes. Leia mais da matéria Escolha o acompanhante (link)

Também faça uma lista de quem, definitivamente, não vai colaborar em nada – e que deve ficar de fora para não trazer insegurança e pessimismo para sua “hora P”.

Imagine onde você vai se sentir mais a vontade para parir. Existem opções como o parto em casa, hospitais mais ou menos humanizados, seja na rede pública ou privada. Informe-se sobre os prós e contras de cada alternativa. 

A mulher no trabalho de parto fica mais sensível, então, pense quais os sons que vão te ajudar a ficar calma e confiante – escolha músicas para ouvir durante o trabalho de parto. Talvez, um sabonete, um incenso ou qualquer cheiro especial, fotografias, quadros, imagens também podem auxiliar no trabalho de manter a tranqüilidade para superar os momentos de espera e o desconforto causado pelas contrações. Muitas mulheres relatam como poesias, orações e mantras as ajudaram a ignorar a dor.

E qual é o primeiro lugar que seu filho vai estar depois que sair do seu ventre quentinho? É o seu colo? É para o seio? Você autoriza a injeção de vitamina K e pingar o colírio de nitrato de prata no seu filho ou filha? Quer congelar o cordão umbilical ou enterrar a placenta?  

Enfim, muitos detalhes podem fazer parte do seu sonho de parto. O importante é você definir o que quer e conversar para que todos respeitem seus sonhos. Exponha todas essas idéias para seu médico ou para a equipe que vai assistir o seu parto. Aliás, essa é uma boa hora para saber até onde você está fazendo a escolha certa do obstetra que vai acompanhar seu parto. Leia mais sobre a escolha do médico aqui.

E, se quiser exemplos de plano de parto, leia mais aqui:

 

CIENTÍFICO: O PARTO COMO EU VEJO... OU COMO EU DESEJO?

http://www.scielosp.org/pdf/csp/v18n5/11003.pdf

 

 

PASSO 9 Escolha onde quer parir

Nem toda mulher se permite pensar sobre o lugar onde seus filhos vão nascer. Essas, respondem automaticamente: “Vai ser no hospital, ué!”. 

De fato, ainda são poucas cidades no Brasil que oferecem opções diferenciadas como os Centro de Parto Normal (CPN), também conhecidos como Casas de Parto, ou ainda, equipes de saúde que atendam partos domiciliares. 

Mas, isso não quer dizer que todos os hospitais são iguais, e tanto faz em qual o bebê vai nascer. Também não significa que a gestante deve escolher o estabelecimento mais luxuoso e caro da cidade. 

Por exemplo, um hospital que aceite a entrada de uma doula e de um acompanhante na sala de parto é muito melhor do que aquele que oferece manicure e TV a cabo no quarto. Um hospital que tenha camas PPP (pré-parto, parto e pós-parto) está buscando providenciar conforto de verdade para a parturiente, já que essas camas oferecem posições verticalizadas e mais adequadas para o trabalho de parto. 

Um bom lugar para ter seu bebê é aquele em que a equipe tem experiência em parto normal. Por isso, procure saber qual a porcentagem de partos normais e de cesárias são feitas nesse hospital. Onde se faz muita cirurgia, é provável que a equipe não tenha paciência, atenção e carinho com gestante que vai ficar por algumas horas em trabalho de parto. 

Bolas de fisioterapia, cadeira de balanço (cavalinho), banqueta de parto... tudo isso é material cotidiano para as equipes que realmente estimulam o parto normal e respeitoso (além de ser obrigatório segundo a RDC 36 da Anvisa). Você deve encontrar esses objetos nas salas de pré-parto do hospital. Se não encontrar, faça algumas perguntas para a administração do hospital: como é feito o atendimento pré-natal? Quais métodos não-farmacológicos mais usados para amenizar a dor das contrações? Em trabalho de parto pode comer e beber? Todas as parturientes precisam fazer a tricotomia (aparar os pêlos pubianos)? Quem faz o exame de toque (para avaliar a dilatação)? De quanto em quanto tempo se faz esse exame?

Outra coisa que você deve questionar é se o hospital respeita a lei 11.108/2005, que garante à parturiente o direito de ter um acompanhante antes, durante e depois do parto. E esse acompanhante pode ser qualquer pessoa que a mulher escolher. Se o hospital não cumpre essa lei, entre em contato conosco, pois estamos elaborando uma denúncia nacional que será entregue ao MPF de vários estados, à ANS e a outros órgãos competentes. Além disso, nós lhe passamos orientações sobre como conseguir um mandado de justiça para que o hospital cumpra a lei no dia do seu parto. 

Também é pertinente saber quais as rotinas hospitalares para o bebê. Muitos hospitais brasileiros ainda separam mãe e bebê nas primeiras horas após o parto, o que é contra as indicações da OMS. O correto é a mulher ter o direito de ter um acompanhante no pós-parto, que a ajude a cuidar do bebê nas primeiras horas, para que a criança fique o máximo de tempo possível em contato com a mamãe. 

 

 

 

PASSO 10: Planeje seu pós-parto

Todas estamos sujeitas a enfrentar um pós-parto difícil. Seja porque o parto não atendeu nossas expectativas (ou virou cirurgia), seja porque o bebê chora muito e não dorme, seja porque temos complicações da episiotomia ou da cesária. 

 

Não se sinta mal por não estar completamente feliz! Pelo contrário, se dê o direito de reclamar, desabafar, chorar - não com o bebê, claro. E tenha em mente que essa fase vai passar! 

 

O pós-parto é um momento de instabilidade, especialmente para a mãe de primeira viagem. 

Se o parto é um evento fisiológico, ser mãe e mulher são, cada vez mais, papéis sociais. Existe um ideal de mulher e de mãe - e, conscientemente ou não, ficamos chateadas quando não atingimos esses padrões. Todas desejamos ser uma mulher bonita, feliz, bem-sucedida. Sonhamos em ser uma mãe perfeita, que orienta e acolhe os filhos. 

Só que o pós-parto é uma enxurrada de novidades e sensações que não estão sob o nosso controle. Seu corpo não é o mesmo. Sua rotina não é a mesma. Não há mais a gestante, nem a mulher de antes da gravidez. Sua identidade está em reconstrução. Tudo o que você sabe talvez não ajude a responder todas as novas perguntas e inquietações. 

Por isso, as recém-mamães estão sujeitas a não saber o que fazer, e muitas ficam confusas e infelizes com a situação. A forma como o parto é conduzido também pode colaborar para a sensação de que algo se perdeu.

Planejar como será o pós-parto ajuda a mulher a definir um tempo para se adaptar à sua nova condição, descobrir seu bebê e se redescobrir. 

 

1 - Preparar a pessoa que vai lhe auxiliar no cuidado com o bebê, para que essa pessoa tenha sensibilidade e não venha querer “tomar o lugar” da mãe - o que acontece com algumas avós. 

 

2 - Procure se cercar de amigas, preferencialmente as que já têm filhos. Você tem o direito de pedir ajuda, de fazer perguntas (mesmo que lhe pareçam bobas), de reclamar e de chorar, se tiver vontade. Elas vão entender! 

 

3 - Amamentar nem sempre é fácil, mas é sempre possível. Saiba que dar o seu leite é mais barato, mais prático e saudável para você e para seu filho. Por isso, não desista cedo! Não existe pouco leite, nem leite fraco, só é necessário encontrar um jeito confortável para você e para o bebê praticarem. Caso esteja difícil amamentar, não se culpe, nem ao bebê. Procure apoio especializado, de enfermeiras ou médico, ou do banco de leite da sua cidade. Não tenha vergonha de procurar ajuda! 

 

4 - Converse com o seu companheiro e família sobre as visitas no pós-parto. Talvez, você queira uns dias de descanso antes de ver as vizinhas, parentes e colegas de trabalho. Também é seu direito não querer ver ninguém. 

 

5 - Tenha paciência e peça colaboração dos filhos mais velhos. Dialogue durante a gestação, para que eles compreendam a situação da mãe e ajudem a manter a rotina e a ordem da casa. Faça com que se sintam importantes por participar do bem-estar da mãe e do bebê.

Quanto ao trabalho, o ideal é tirar licença por seis meses, para amamentação. 

 

6 - Procure ajuda terapeutica. Se, mesmo levando em conta todas as questões peculiares ao pós-parto, você ainda sente que a fase de adaptação está difícil e, principalmente, se você percebe que seus sentimentos estão afetando sua relação com o bebê, busque ajuda de um terapeuta para identificar se é depressão pós-parto. 

 

E, principalmente, mergulhe na maternidade! É gratificante se permitir ser renovada nessa experiência transformadora! 

 

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